Em comemoração aos 75 anos da Revolução Espanhola (19/07/1936-2011), publicamos um texto sobre a Organização "Mujeres Libres" (disponível na primeira edição do Rosa Negra) e seu protagonismo nesta importante etapa na luta pelo socialismo e pela liberdade!
75 anos de "Mujeres Libres"!
A organização “Mujeres Libres” teve seu início em abril de 1936, na Catalunha, fruto de um movimento revolucionário às vésperas da Revolução Civil Espanhola. Iniciativa de três anarquistas feministas: a jornalista Lucía Sanchez Saornil, a advogada Mercedes Comaposada e a pediatra Amparo Poch e Gascón, o grupo almejava a construção de uma associação que defendesse a causa feminista, lutando contra a ignorância, a opressão e o silêncio nos quais se encontrava a mulher espanhola.
Pleitearam a luta pelo amor livre, pela maternidade consciente, condenando a moral burguesa, castradora do pensamento da mulher. Com seus escritos nos jornais Tierra e Libertad e Solidaridad Obrera, por exemplo, revoltavam-se com as dificuldades e opressões que mulheres pobres vinham sofrendo. Suas críticas buscavam impulsionar uma consciência de si e sua relação (das mulheres espanholas) com o seu meio, agrupamentos locais e o “Instituto Mujeres Libres” buscavam proporcionar meios práticos para essa participação na vida social, política e cultural na Espanha nos anos 30.
As ativistas libertárias diziam identificar-se com a Confederação Nacional dos Trabalhadores - CNT e a Federação Anarquista Ibérica – FAI, e por serem subversivas e radicais causaram impacto até na maioria dos próprios militantes libertários, que acreditavam que o sucesso da Revolução em termos políticos, econômicos e sociais levariam, necessária e automaticamente ao fim da opressão sexual e das desigualdades de gênero. Por isso, defendiam que todos seus impressos de agitação destinado às outras companheiras fossem escrito somente por mulheres, pois, “por muita boa vontade que tenham (os companheiros), dificilmente atinam com tom preciso”.
Desde o fim da Revolução Civil Espanhola em 1939, depois de um longo período de exílio e fuga da ditadura franquista, quase 20 anos depois, várias mulheres que participaram ativamente das movimentações da organização decidiram retomar uma luta pela memória e divulgação das batalhas travadas pelo Mujeres Libres em amor à igualdade, não resumida à luta de classes, mas acreditando que a libertação da mulher é uma luta cotidiana, capaz de nos levar à libertação humana.
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